vocês já deram festas?

vocês já deram festas?

penso nas mulheres que vemos em filmes ambientados mais no fim do século XIX, início do século XX, mulheres preocupadas em serem anfitriãs, filmes geralmente britânicos, e tudo isso parece ser uma grandessíssima bobagem, coisa de gente fútil. 

não... mas vocês já deram festas?! é aterrorizador e magnífico; um arrependimento e uma alegria; "o grito" e o "êxtase de santa tereza"; digo... pelo menos se você tem um coração de anfitrião como eu tenho. 

é ansiedade de você saber que simplesmente todo mundo pode ignorar o seu convite e que corre o risco de se dar conta que a galera anda pouco se fodendo pra sua célebre companhia; o incômodo de colar alguns gatos pingados que infelizmente lhe deixarão cismada com o porquê de os outros terem faltado; e é magia da pensação se convertendo em movimento, energia se convertendo em conversas e risadas e cena se convertendo em lembrança. é... comovente! lindo!

eu dei duas festas na vida. 

a primeira foi um ano novo anos 20. eu sou uma pessoa que opera pela frase "e por que não?", coisa que me faz ter algumas atitudes ousadas na vida. e por que não um ano novo temático? com todo mundo que não quisesse ter o trabalho de pensar em aluguéis pra praia ou em outras estratégias de fugir do ano novo com familiares. e não é que pra minha surpresa a galera se engajou? e deu muito, muito certo? sabe o lindo da festa? quando ela é boa, ela realmente se apresenta nos tops momentos da sua vida. com certeza foi um dos dias mais lindos que já vivi. e realmente foi como se a mágica tivesse se apresentado na minha frente. 

e a segunda foi o meu aniversário de trinta anos, ainda mais ousado: um brunch à fantasia, com fantasias inspiradas em personagens de filmes. eu fui totalitária em tudo nessa festa: mandei o pessoal das festas juninas (sou de 26 de junho) irem a um brunch à tarde (tive uma licença poética pelo calor do meio-dia no meu quintal) FANTASIADOS e as fantasias ainda tinham RESTRIÇÕES! eu realmente não sei como eu consegui que o pessoal comprasse essa ideia. eu não sei como consegui transmitir credibilidade de que essa seria uma baita duma festa. mas sei lá, consegui! a galera foi! e mais uma vez amou!

lembro até hoje de estar dirigindo pelas ruas largas de matão naquele dia, um sábado geladinho e azulzinho, afagado por um sol suavinho, e ter pensado na minha sorte. eu estava voltando da maquiadora me sentindo linda, num dia lindo e tinha mesmo a sensação que a sorte tinha me atravessado o peito. e assim foi! cheguei em casa e vi a decoração de festa caseira mais linda que eu já tinha visto na minha vida; fiquei uma graça de bonequinha de luxo versão soneca e tive os convidados mais engajados da vida, cada um na sua vibe, vibrando e sendo feliz em diversas rodinhas. simplesmente um presente. de fato um presente. 

enfim, amo dar festas. eu só preciso de um quintal novamente. só um quintal novamente e vocês veriam a ascenção de uma verdadeira rainha do camarote! mentira. tudo isso dá um puta trabalho também. então, preciso ser comedida. mas só um quintal e... elas hão de rolar. aliás, por isso não pensem novamente que as damas Bridgerton vibes, anfitriãs de grandes festas, são só umas dondocas. festar é compromisso, não é viagem!